A maioria das pessoas está familiarizada com a Surface Web (superfície em português). De facto, usamo-la todos os dias quando procuramos notícias, navegamos pelas redes sociais, e fazemos uma pesquisa. Essencialmente, inclui tudo o que é indexado por um motor de busca. Não é completamente isenta de ameaças como ataques de phishing, mas é geralmente considerada segura para os utilizadores. No entanto, a Surface Web constitui apenas uma pequena fração da Internet, cerca de 10%. Então, e quanto aos outros 90% da Internet?
A Deep Web e a Dark Web constituem os outros 90% da Internet. Esta é a parte da Internet que não é indexada pelos motores de busca.
Surface Web
Imagine um iceberg. Uma pequena parte pode ser vista por todos, enquanto mais de metade está submersa. Assim podem ser comparadas as diferentes camadas da internet.
Como indicado anteriormente, a Surface Web é toda a parte da internet indexada por um motor de busca comum como Google, Bing ou Firefox, possibilitando que o público tenha acesso livre às informações lá postadas, a menos que seja necessário um login ou password. Pela sua definição, seria o antónimo da Deep Web.
Estima-se que já existem mais de 130 triliões de páginas indexadas e elas são facilmente encontradas nos serviços de busca. Ao aceder a esse conteúdo, o computador ou dispositivo conecta-se a um servidor que identifica o IP do utilizador.
Deep Web
Ao contrário da Surface Web, os conteúdos da Deep Web não estão indexados e não podem ser encontrados nos motores de busca. O termo foi cunhado em 2001 pelo pesquisador Michael Bergman para descrever qualquer conteúdo que não aparecia em mecanismos de pesquisa como o Google ou o Bing.
Em geral, a Deep Web garante a privacidade do utilizador e é possível encontrar por exemplo, bancos de dados de agências espaciais, dados de mapas, processos em tramitação em tribunais, impostos e documentos em instituições governamentais, entre outros conteúdos que não são encontrados numa simples pesquisa.
Neste nível da Web, encontrará conteúdo e atividades mais perigosos. Os sites do Tor estão localizados nessa parte longínqua da Deep Web, que é considerada a Dark Web, e só podem ser acedidos por um navegador anónimo.
Na Deep Web, a Hidden Wiki é o que o Google representa para a Surface web, funcionando como um índice para indicar os locais de acesso a essas páginas. Já o InfoMine e WWW Virtual Library são plataformas usadas para quem procura conteúdo académico.
O lado obscuro da Deep Web
Mergulhando ainda mais fundo na Deep Web, aproximamo-nos um pouco mais dos perigos. Para alguns utilizadores, partes da Deep Web representam um meio de contornar restrições e aceder a serviços de TV ou cinema que não são oferecidos nas suas regiões. Outros pretendem fazer download de músicas pirateadas ou filmes.
A segurança na Deep Web é mais relevante para o utilizador típico da Internet do que a segurança da Dark Web, uma vez que pode acabar em áreas perigosas por acidente: muitas partes da Deep Web ainda podem ser acedidas através de navegadores comuns. É assim que utilizadores podem encontrar sites de pirataria, fóruns com opiniões políticas radicais ou conteúdo perturbador e violento.
Dark Web
A Dark Web refere-se a sites que não estão indexados e só podem ser acedidos por navegadores especializados. Significativamente menor do que a Surface Web, a Dark Web é considerada uma parte da Deep Web.
Ainda na nossa analogia do iceberg, a Dark Web seria a ponta inferior do iceberg submerso. É uma parte bastante oculta da Deep Web com a qual pouquíssimas pessoas interagem.
As seguintes características da Dark Web criam um paraíso do anonimato:
- Sem indexação de páginas da Web por mecanismos de busca de superfície. O Google e outras ferramentas populares de busca não conseguem descobrir ou exibir resultados para páginas na Dark Web.
- “Túneis de tráfego virtual” através de uma infraestrutura de rede randomizada.
- Inacessíveis por navegadores tradicionais devido ao seu operador de registo único. Além disso, ela é oculta por diversas medidas de segurança de rede, como firewalls e criptografia.
A reputação da Dark Web é frequentemente ligada a fins criminais ou conteúdo ilegal, além de sites de vendas onde utilizadores podem comprar mercadorias ou serviços ilícitos. Claro que, hackers e criminosos não são as únicas pessoas que precisam de sigilo. Ativistas, dissidentes, informadores (whistleblowers) e muito outras pessoas usam a Dark Web para escapar da perseguição e comunicar anonimamente online. Por exemplo, a BBC lançou um site de notícias na Dark Web, através do navegador Tor, para escapar à censura governamental de países como a China, Irão e o Vietname.
Além disso, certas organizações e indivíduos utilizam-na para se proteger da recolha de dados online. Existem ferramentas seguras e acessíveis para esse propósito, mas alguns preferem uma abordagem mais radical.
Garanta a segurança em todos os níveis
Pode ser benéfico que os dados sejam enterrados profundamente, invisíveis para aqueles a quem não se destinam. Se, por exemplo, a correspondência corporativa for encontrada num índice de pesquisa, as consequências podem ser catastróficas. É sempre melhor proteger a sua parte das profundezas – contas e documentos aos quais só você tem acesso.
- Utilize senhas fortes e exclusivas.
- Evite utilizar a Dark Web.
- Confirme se está exatamente onde deseja antes de inserir as suas credenciais online.
- Dê acesso a documentos confidenciais apenas a quem realmente precisa deles.
- Utilize soluções de segurança confiáveis para evitar problemas onde quer que esteja online.
Disclaimer: Esta matéria não tem como objetivo promover a Deep ou a Dark Web, mas sim abordar as diferenças e tentar desmistificar alguns mitos sobre elas. O blog e os seus colaboradores isentam-se de responsabilidade sobre quaisquer danos resultantes direta ou indiretamente da utilização das informações contidas neste blog.
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