Segundo um estudo da SmartCitiesWorld, apenas 19% das cidades afirmam pedir a opinião dos cidadãos.
Smart city
As Smart Cities incorporam tecnologias de informação e comunicação (TIC) para melhorar a qualidade e o desempenho de serviços urbanos, com o objetivo de reduzir o consumo de recursos, o desperdício e os custos.
Os cidadãos estão em 1º lugar
O sucesso de uma smart city depende em grande parte do nível de participação dos seus cidadãos. Por isso, a melhor forma de iniciar um projeto de cidade inteligente é ter em conta quais as aplicações e ferramentas que os residentes consideram mais úteis. Caso contrário, corre-se o risco de desenvolver cidades que os cidadãos não apreciem.
As smart cities devem envolver verdadeiramente os seus cidadãos em decisões que afetam toda a comunidade, criando lugares onde desejam crescer, viver e aprender.
A participação é fundamental
Os projetos de cidades inteligentes com mais sucesso são inclusivos, participativos e sociais. Os residentes de uma cidade inteligente merecem uma voz no processo de design.
Uma cidade inteligente ouve os seus cidadãos para chegar a melhores tomadas de decisão, quer submetendo propostas aos seus residentes, quer deixando-os formular as suas próprias sugestões.
Além disso, há mais aspetos que uma smart city pode desenvolver para promover a participação dos seus cidadãos:
- Permitir que os habitantes participem em testes de tecnologia e campo;
- Obter o feedback dos residentes através de inquéritos e sessões de grupo;
- Manter os cidadãos informados através de sessões de comunicação e redes sociais;
- Lançar iniciativas de igualdade digital e organizar a educação dos utilizadores finais;
- Criar portais comunitários e plataformas sociais;
- Celebrar sucessos, por mais pequenos que sejam.
Na verdade, é a aceitação e o compromisso dos cidadãos que determinarão o sucesso ou o fracasso de qualquer iniciativa de smart city. Por isso, ter “cidadãos felizes” deve estar no topo da lista de critérios de avaliação de qualquer cidade.
A smart city é inclusiva
Muitos defensores da cidade inteligente afirmam que é por natureza inclusiva. No entanto, as iniciativas smart city nem sempre priorizam a inclusividade.
As crianças, os idosos, as mulheres, as minorias étnicas, os deficientes, as pessoas com baixos rendimentos, entre outros, são frequentemente incapazes de desfrutar ou participar plenamente na vida cívica ou nos processos que a moldam.
Porém, a cidade inteligente, como conceito recente, tem o potencial de contrariar esta tendência, permitindo uma mudança em prol de uma maior inclusividade.
Combater a exclusão digital
Se muitas iniciativas de smart city dependem fortemente das novas tecnologias, então os habitantes dessas cidades precisam de saber utilizar a tecnologia. Consequentemente, é necessário reconhecer que algumas iniciativas deste tipo podem acentuar a exclusão social, económica e/ou política para aqueles que são digitalmente analfabetos. É essencial então garantir que existem, por exemplo, programas de inclusão digital já em vigor.
Projetos Smart City adaptados e adaptáveis
Para ser inclusivo, o planeamento inteligente das cidades deve ser adaptado às necessidades de cada cidade em particular. O ideal seria que a câmara municipal analisasse dados relevantes para avaliar, por exemplo, se deve concentrar-se em tornar os seus transportes públicos mais inteligentes ou se deve priorizar a gestão de recursos hídricos.
As iniciativas das cidades inteligentes também precisam de ser adaptáveis, o que requer uma investigação constante e comunicação com a população. É fundamental que as câmaras municipais continuem a trabalhar para garantir que o seu próprio planeamento urbano incorpore a participação cívica. Isto significa, envolver grupos representativos de cidadãos não só na conceção, mas também na avaliação constante das iniciativas das cidades inteligentes.
Cidadãos como sensores
Os cidadãos podem ser uma fonte importante de dados, desenvolvimento de soluções e testes para os governos.
Um exemplo, são as aplicações para que os cidadãos relatem incidentes e problemas aos serviços municipais. Os dados recolhidos através desse tipo de ferramentas podem informar a tomada de decisões e possibilitar melhores experiências para os residentes.
Atualmente, já existem várias iniciativas para simplificar a participação dos cidadãos nos serviços da cidade.
Exemplos de iniciativas de citizen engagement:
- O Ayuntamiento de Madrid usa uma plataforma para facilitar o orçamento participativo. Todos os anos, os cidadãos decidem como 100 milhões de euros são gastos. Os residentes podem também dar a sua opinião sobre os desenvolvimentos na cidade, visualizar dados abertos e debater temas relevantes.
- Em diversos estados norte-americanos como Chicago, Nova Iorque e Whashington, foi implementado um portal que permite aos cidadãos relatar ocorrências na cidade como buracos nos passeios e acidentes rodoviários, e ainda outros serviços, por exemplo, para responder a dúvidas sobre o pagamento de impostos.
- Na cidade de Santander (Espanha), foi lançada uma aplicação, que para além de permitir aos cidadãos reportar incidentes que ocorram na cidade, possibilita a partilha da sua localização. Os cidadãos podem também seguir a evolução da resolução do incidente por parte dos serviços da cidade.
Para resumir…
O paradigma das cidades inteligentes está cada vez mais presente no mundo atual e os gestores das cidades investem cada vez mais na inovação.
Com o desenvolvimento da tecnologia, as cidades possuem inúmeros instrumentos e ferramentas para se tornarem mais dinâmicas e sustentáveis.
No entanto, a participação do cidadão nas cidades é fulcral para as tornar mais dinâmicas, quer a nível tecnológico, quer a nível da cidadania. Atualmente, surgem cada vez mais iniciativas de participação do cidadão, como plataformas ou portais de reporte de ocorrências, o orçamento participativo, entre outros. Apenas com a junção de esforços esforços entre os cidadãos e o governo, é que uma cidade pode ser verdadeiramente inteligente.